A décima primeira edição do Radar COP30, boletim mensal do Grupo Burson Brasil, atualiza o cenário ambiental às vésperas da próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que acontece em novembro em Belém, no Estado do Pará.
A COP da Amazônia
A COP30 em Belém deixou sua marca.
Foi a primeira convenção realizada no bioma Amazônia, com a presença sem precedentes de mais de três mil indígenas. Pela primeira vez, aos cientistas foi reservado um espaço oficial, o Pavilhão de Ciências, para orientar as negociações, embora o atraso de muitos países na entrega de suas metas de redução (as chamadas NDCs) tenha limitado a percepção do abismo que nos separa do limite de 1,5°C do Acordo de Paris.
Como em outras COPs, o financiamento climático dominou a agenda oficial. Comemorou-se o lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, iniciativa que trata a conservação como investimento. A maior frustração da COP30 foi a exclusão do plano de abandono dos combustíveis fósseis do documento final, mesmo após intenso esforço de articulação brasileira. Mesmo com esse revés, o tom diplomático mais coordenado que em edições anteriores conferiu pragmatismo e cooperação às deliberações, contornando o cenário geopolítico conturbado e a ausência oficial dos Estados Unidos.
As limitações de infraestrutura da cidade anfitriã e um incêndio no penúltimo dia não ofuscaram a mobilização do setor privado, presente sobretudo por meio de conglomerados setoriais que atenderam ao chamado da presidência da COP para alimentar uma plataforma de soluções práticas. O compromisso com o multilateralismo e com soluções reais sustentou o progresso da agenda na COP30, destaques que compartilhamos neste documento. Muitas lacunas permaneceram e foram transferidas para a Conferência de Bonn, na Alemanha e para a COP31, que terá Turquia e Austrália dividindo a presidência.
Agradecemos sua companhia nessa cobertura especial da COP30 e seguimos monitorando
e analisando essa agenda tão crucial para a sociedade.
Grupo Burson Brasil
