Hub Insights | Janeiro 2025

Hub Insights | Janeiro 2025

Em 2024, fizemos um apanhado dos principais relatórios de tendências do nosso mercado para encontrar os pontos em comum – aqueles movimentos que pareciam ser mais fortes e que de fato fariam grande diferença na comunicação.

Em 2024, fizemos um apanhado dos principais relatórios de tendências do nosso mercado para encontrar os pontos em comum – aqueles movimentos que pareciam ser mais fortes e que de fato fariam grande diferença na comunicação.

Para 2025, começamos o mesmo exercício. A primeira surpresa foi encontrar uma certa reciclagem: vai continuar sendo o ano da Inteligência Artificial? Ok. Falamos o ano todo sobre isso. Mas será que não tem mais nada acontecendo?

Decidimos então trazer as questões para além da IA. E podemos garantir que há sim novos movimentos que influenciam cultura, comportamento e consumo.

Vamos às tendências? Boa leitura!

O grande fluxo de desinformação continua inundando qualquer rede social e buscador. Vídeos, imagens  e até alucinações da Inteligência Artificial (IA) que passam como informações verdadeiras. As milhões de tentativas de fraudes e golpes registradas mensalmente. “Será que isso é real?” é uma dúvida que só vai crescer. Autenticidade – de maneira ampla, desde a verificação de que a mensagem pertence à marca, passando pela forma como ela foi criada (IA generativa? Qualquer pessoa pode gerar) e pela linguagem alinhada à imagem e reputação  – neste cenário, não é apenas uma saída: será determinante para a comunicação manter relevância com o público.

INCERTEZAS AUMENTAM. AUTENTICIDADE SERÁ AINDA MAIS VALORIZADA.

OLHA, ISTO É INTERESSANTE

Diante de uma crise sem precedentes na confiança das pessoas sobre as informações, há espaço para criar canais diretos de comunicação com consumidores e sociedade: como a sua marca impede que o seu consumidor caia em uma fraude feita em seu nome, por exemplo? Em vez de gerar imagens por IA, que tal criar projetos de imagens com artistas/fotógrafos e modelos da comunidade?

PORÉM…

A sofisticação atual das soluções tecnológicas (usadas para o bem e para o mal) indica que este problema não vai diminuir. Assim, é preciso investir a longo prazo em conexões autênticas e seguras.

QUANDO TODOS ESTÃO MAIS IMPACIENTES, OS ATALHOS GANHAM FORÇA.

Certos processos levam muito tempo. Estudar, ganhar experiência profissional e trabalhar duro para construir patrimônio não é um valor dado como certo pelas gerações mais novas desde os millennials – que já estão chegando à meia-idade.

Na Internet que tem um tutorial para tudo, as apostas em novas formas de subverter a lógica do grande e contínuo esforço com atalhos atrai pessoas para diferentes tipos de investimento (seja ações, criptomoedas e até bets), de carreira (influenciadores, empreendedorismo), de fontes de educação (coaches estão em todos os lugares) e até de cuidados com a saúde (um mercado trilionário de wellness). E não há indicativo de que este comportamento vai mudar tão cedo…

OLHA, ISTO É INTERESSANTE

Para consumidores cada vez mais impacientes, a chave para as marcas se aproximarem passa por ajudar a resolver problemas e ensinar novas habilidades que ajudem na trilha de sucesso de cada um deles. Com estes novos “parceiros”, a chave pode ser justamente ter parte de um discurso B2B aplicado para o B2C.

PORÉM…

Certos processos vão continuar a levar muito tempo. Poderão não ser muito atrativos, mas vão continuar necessários. Como comunicar que não há atalhos para a maioria dos casos? Eis um desafio para ser pensado com calma.

AS BARREIRAS GERACIONAIS VÃO CONTINUAR DIMINUINDO.

Gerações mais velhas continuam ativas no mercado de trabalho. Mas também dividem outros espaços com os mais jovens: os ambientes digitais como TikTok e Instagram. Mesmo que existam tensões, é possível reconhecer uma troca interessante de experiências, valores e desejos entre pessoas dos 13 aos 90 anos e os pontos em comum que começam a influenciar a moda, a música e o consumo de bens.

Esta tendência é um bom exemplo do que significa zeitgeist: você reconhece naqueles casos de influenciadores 60+ fazendo sucesso com a Geração Z, nas collabs de sucesso entre artistas de ontem e de hoje, na crescente discussão sobre etarismo no ambiente de trabalho e na sociedade e então se pergunta o que é causa e o que é efeito.

OLHA, ISTO É INTERESSANTE

Abraçar a diversidade etária em estratégias de comunicação pode não ser apenas uma coisa interessante para colocar na lista de ações ESG da empresa, mas sim uma maneira certeira de se conectar com o seu consumidor.

PORÉM…

É preciso observar que o mundo continua contando com polarizações, tensões e afins. Certos comportamentos podem fazer sentido para um nicho, mas não para outro. Para navegar a onda transgeracional, será necessário entender profundamente o seu público para encontrar aqueles pontos em comum que podem ser explorados.

A RESISTÊNCIA DO QUE É HUMANO EM MÚLTIPLAS FRENTES

O que define um trabalho genuinamente humano na era da Inteligência Artificial? Seriam nuances de improviso?

Uma certa imperfeição? Um toque emocional que a máquina não reproduz? São muitas as repostas possíveis, e muitas delas serão testadas e conquistarão as mentes e os corações das pessoas que continuam em busca de conexões mais genuínas em meio a um aumento expressivo das interações com máquinas.
É a linguagem, é a estética, é o conceito.
É também a nostalgia dos tempos pré-IA, pré-Internet.
É a desconexão digital como um luxo.
É a aleatoriedade de memes, momentos e ativações absurdas
É até dar passos para trás na fricção das interações e transações.

OLHA, ISTO É INTERESSANTE

A necessidade de explorar mais os aspectos humanos nos momentos de interação com stakeholders possibilita uma nova aurora da criatividade e da experimentação, em que imperfeições serão celebradas, quando bem dosadas.

PORÉM…

Não vamos abrir mão das benesses da tecnologia. A rapidez, a eficiência, a produção. É preciso medir muito bem qual é a dose de nostalgia, de fricção e de imperfeição que não ameace a conexão nas interações.

ECORREALISMO: MAIS DO QUE MITIGAR PROBLEMAS, CONSTRUIR UM NOVO MUNDO

No ano passado, falávamos sobre a necessidade do ESG ser traduzido em impacto para as pessoas. Mas as notícias de 2024 trouxeram um outro tipo de urgência: a mudança climática já chegou, o limite de 1,5ºC já foi alcançado e o mundo ainda não parece preparado para conviver com a nova realidade imposta.

De 2025 em diante, é preciso um olhar para a nossa exposição aos extremos climáticos de maneira a mitigar seus impactos em nossas vidas. De uma certa maneira, a bandeira do “é pelo planeta” perde força: teremos que fazer por nós mesmos, para sobrevivermos neste novo ambiente mais hostil e mais imprevisível.

OLHA, ISTO É INTERESSANTE

O momento permite uma reavaliação de narrativas e ações das mais variadas indústrias – incluindo aquelas que são consideradas vilãs da mudança climática. Há uma oportunidade para driblar o apontamento de dedos e propor medidas novas e efetivas.
De uma certa forma, o momento também permite até uma aproximação com quem nega a mudança climática, mas que também precisa de soluções para sobreviver aos seus impactos.

PORÉM…

Anos de metas inatingidas e compromissos com o clima adiados e postergados aumentaram o ceticismo com iniciativas de marcas e instituições neste campo – um desafio extra para a comunicação. 

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