A sétima edição do Radar COP30, boletim mensal do Grupo Burson Brasil, apresenta o panorama das políticas ambientais no período que antecede a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que acontecerá em novembro, em Belém (PA).
Atualizações
Belém na Rota das Decisões
A COP30 ocorrerá em um cenário de expectativas elevadas e coordenação global enfraquecida. Em entrevista recente, o presidente da COP30, André Correa do Lago, expressou suas preocupações após uma reunião preparatória em Bonn, Alemanha, da qual os EUA não participaram.
“Como negociador de clima há muitos anos e como uma pessoa que acredita que essa negociação tem que levar a um efetivo combate da mudança do clima, eu obviamente preferiria que os Estados Unidos estivessem lá negociando”, disse o presidente ao jornal Folha de S. Paulo. Segundo Lago, a ausência de um ator tão importante é “frustrante”.
A reunião pré-COP, realizada no final de junho, também não conseguiu avançar em questões essenciais como financiamento climático, adaptação e transição energética — deixando a conferência de Belém com a difícil tarefa de quebrar esses impasses.
O esvaziamento da cúpula dos BRICS no Rio de Janeiro reforça a percepção de que o consenso global está fragilizado. Um ponto positivo é que a governança ambiental internacional ganhou recentemente um importante impulso legal. A Corte Interamericana de Direitos Humanos a mudança climática como uma questão legal intrinsecamente ligada à proteção dos direitos humanos — uma decisão que fortalece a base normativa para que os países avancem na formulação e implementação de políticas públicas climáticas.
Mafalda Duarte, Diretora Executiva do Fundo Verde para o Clima, disse que a meta ambiciosa de mobilizar US$ 1,3 trilhão para cumprir os compromissos climáticos é viável, mas alertou que novos instrumentos são necessários para alavancar o investimento do setor privado.